A Polícia Militar e a Polícia Civil esclareceram ontem o estupro de uma jovem de 17 anos, ocorrido na quarta feira de cinzas. Um pedreiro, de 44 anos, padrasto da vítima, é o principal suspeito do crime.
“A integração entre a Polícia Civil e a Polícia Militar foi fundamental para desvendar o caso e levar o abusador para a cadeia”, declarou Antonio Furtado, delegado de Polícia da 101a DP (Pinheiral).
A adolescente, que é casada, resolveu dormir na casa da mãe e do padrasto, no bairro Cruzeiro 2, em Pinheiral, após os festejos de Carnaval na cidade. O casal havia ingerido bebida alcoólica e foi para um quarto, enquanto a vítima foi dormir em outro.
– No meio da madrugada, a adolescente alegou que acordou nua e viu o padrasto sobre ela, beijando seus seios. Ela gritou e resistiu ao ato, momento em que o padrasto lhe deu socos e apertou com força seu pescoço, provocando um desmaio na moça. Ao recobrar a consciência, ela gritou por socorro e conseguiu fugir. Pediu ajuda aos policiais militares. O suspeito e sua companheira foram levados à Delegacia – narrou Furtado.
Na 101ª DP, o padrasto deu uma versão surpreendente: acordou com os gritos da enteada, foi socorrê-la e viu três homens batendo na adolescente, dois morenos e um branco. Disseram que aquilo era por causa de uma dívida de vinte mil reais em drogas, não paga pelo marido dela. O trio teria agredido também o padrasto antes de fugir.
– Embora o relato do pedreiro parecesse fantasioso, não havia testemunhas, pois a mãe disse nada ter visto. A prova decisiva veio com o exame médico legal dos envolvidos. Determinei um laudo prévio para apurar a origem das lesões e, no caso do padrasto, apurou-se que os cortes no rosto dele eram compatíveis com marcas de unhas femininas, o que desmontou a farsa de ter sido agredido por traficantes – esclareceu o Delegado.
Após ser informado do resultado do exame, o suspeito confessou que mentira, por estar nervoso, e que a culpa seria do álcool, pois “acreditou que era a sua companheira quem agarrava, não a enteada”. Ele disse estar arrependido.
– Mesmo se fosse a sua companheira, sexo não consentido e à base de agressão se chama estupro. Culpar a bebida não o livra da responsabilidade. Está sujeito a uma pena de até 12 anos de prisão, diante da vítima ser menor de idade. Quem vem mentir em Delegacia se esquece de um detalhe: a Polícia existe para descobrir a verdade – concluiu o delegado Antonio Furtado.
O preso será transferido para a Casa de Custódia, no bairro Roma, onde comparecerá a uma audiência judicial de custódia.